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O mês de março é marcado pela 8ª campanha dos 21 Dias de Ativismo contra o Racismo (Imagem: Freepik)

Como as empresas podem contribuir para o combate ao racismo

O mês de março é marcado pela campanha dos 21 Dias de Ativismo contra o Racismo. A ação foi elaborada com a finalidade de lembrar os horrores do período da escravidão e para lutar contra o racismo que, infelizmente, ainda é presente em nossa sociedade, seja com expressões racistas, com a ausência de negros em cargos de liderança dentro das empresas, nas abordagens policiais, na falta de execução das Leis 10.639 e 11.645, entre outras. De acordo com um levantamento feito pelo Jornal Folha de S. Paulo, realizado com base na Rais (Relação Anual de Informações Sociais), pretos e pardos ocupam apenas 36% dos cargos de liderança e têm 37% menos chance de serem promovidos.

No livro “Pequeno Manual Antirracista”, a escritora e filósofa Djamila Ribeiro dá dicas de pequenos atos diários e importantes para a correção de reproduções de cunho racista. A autora recomenda, por exemplo, nunca entrar em uma discussão sobre racismo alegando não ser racista. De acordo com ela, o que está em questão não é um posicionamento moral ou individual, mas, sim, um problema estrutural. Com isso, é possível encontrar, sem dificuldade, expressões racistas reproduzidas no dia a dia, que fazem parte, também, dessa questão estrutural.  

O estudo “Percepções do racismo no Brasil”, encomendada ao IPEC, pelo Projeto SETA, em parceria como Instituto de Referência Negra Peregum, constatou que 81% da população considera o Brasil um país racista (60% concordam totalmente e 21% concordam em parte) e que o racismo é o principal fator gerador de desigualdade na opinião da população brasileira, sendo que 44% dos respondentes indicaram que raça/cor/etnia é o fator que mais contribui para o cenário.

Agora, falando sobre mercado de trabalho, como as empresas podem contribuir com a luta contra o racismo? Neste texto, você vai conferir o que as organizações podem implementar no seu dia a dia e, assim, tornar o ambiente de trabalho inclusivo e antirracista, contribuindo para os, ainda, tímidos, avanços da sociedade.

Combate ao racismo: vagas afirmativas para pessoas negras

A criação de programas de vagas afirmativas busca contratar pessoas que fazem parte de grupos minorizados para oportunidades específicas. No Brasil, empresas como Ipiranga, Magazine Luiza, Bayer e Vivo destinam parte de suas vagas para negros e, com isso, contribuem com a redução da ausência dessa população em determinados cargos.

O estudo “Carreiras com Futuro”, realizado pelo LinkedIn, mostra que 93% dos profissionais negros no Brasil têm dificuldade de chegar em cargos de liderança. O problema traz uma reflexão sobre como, cada vez mais, uma postura antirracista tem urgência em ser praticada, inclusive nas organizações.

Como substituir expressões racistas por antirracistas

Certamente, você já se deparou com expressões do tipo: “a coisa tá preta”, “denegrir”, “inveja branca” ou “coisa de preto”. Todos esses dizeres contêm teor racista e precisam ser eliminados do vocabulário. Conheça outras expressões e por quais podem ser substituídas.

  •  Mercado Negro: expressão que busca exemplificar transações ilegais, clandestinas, que não seguem regras sociais. Pode ser substituída por: mercado clandestino;
  • Feito nas coxas: durante o período colonial (escravocrata), as coxas dos escravos eram usadas para moldar telhas, que ficavam sem um padrão, por isso, a expressão era usada para falar que algo foi “mal-feito”;
  •  A coisa tá preta: trata o preto como um exemplo negativo. Pode ser substituída por: A situação está complicada; 
  • Denegrir: a expressão significa “tornar negro” e é usada como exemplo negativo. Pode ser substituída por: “difamar”.

Trouxemos um breve conteúdo para estimular reflexões e, principalmente, mudanças. Há muitos livros, conteúdos gratuitos na internet, cursos e oportunidades para você aprender e adotar práticas antirracistas. Bora lutar?