Um dos grandes obstáculos ainda enfrentados no empreendedorismo feminino é a inferiorização do trabalho e do esforço da mulher. Enquanto um homem cria um serviço ou produto e é recebido com curiosidade positiva, a mulher passa por inúmeros questionamentos e, muitas vezes, não é levada a sério e tem dificuldade para fazer o seu negócio vingar. 

Há, ainda, muitos outros pontos que podem ser mencionados, como a falta de acesso ao financiamento e às rodas de negócios, a necessidade de equilibrar a vida pessoal e a profissional, e a desigualdade de gênero persistente. 

Apesar dos desafios, o empreendedorismo feminino tem ganhado força nos últimos anos e mostrado um crescimento significativo no Brasil. De acordo com dados do Global Entrepreneurship Monitor (GEM), o país registrou um aumento no número de mulheres empreendedoras, passando de 19,1 milhões em 2014 para 24 milhões em 2020. 

Além disso, um estudo realizado pelo Sebrae apontou que o público feminino representa cerca de 34% dos donos de negócio no país, indicando uma presença cada vez mais expressiva e ativa no cenário empreendedor nacional. Estamos caminhando, mas ainda há um longo percurso a ser trilhado.

Equidade de gênero nas empresas

Ao empreenderem, as mulheres também dever pensar em criar um ambiente mais acolhedor para as profissionais do sexo feminino. Para isso, é preciso ter em mente alguns pontos:

• Necessidade de um diagnóstico: é fundamental fazer um mapeamento da empresa, independentemente do porte, a fim de conhecer o perfil dos seus colaboradores. Dessa forma, será possível ver a porcentagem de quantas mulheres fazem parte do negócio e em quais cargos estão;
• Promover sensibilizações e capacitações: realizar discussões sobre o tema dentro da empresa, inclusive com homens. Educar o grupo para que entenda possíveis ausências da mãe no período de amamentação, por exemplo;
• Contratar se despindo de rótulos e preconceitos: a etapa do processo seletivo de uma empresa não pode ser enviesada, ou seja, é preciso escolher profissionais com diferentes graus de educação e capacitação dentro do que for possível para a estrutura, além de locais de moradia, raças e idades diferentes. 

Dia Internacional das Mulheres e o avanço do empreendedorismo feminino 

Aproveitando o mês das mulheres e a celebração ao redor do mundo, é importante lembrar do real significado da data comemorativa. O dia 8 de março está diretamente ligado à manifestação para a igualdade, o direito civil e o voto feminino. Portanto, romper com o estereótipo de flores e chocolate e entender o real significado da data é fundamental. É preciso comemorar que evoluímos em alguns quesitos, sim, mas ainda temos muito o que avançar em equidade de oportunidades, de tratamento, da questão salarial e tantos outros fatores. É um dia importante, que carrega conquistas históricas e serve de motivação para continuarmos a caminhada para novas e necessárias conquistas.  

Dicas para o empreendedorismo feminino

E para você, mulher, que deseja abrir o seu próprio negócio, mas ainda tem receio de se arriscar, deixamos algumas dicas:

• Acredite em si: não é fácil, mas é necessário. Portanto, confie em si mesma e se cobre apenas dentro do limite profissional;
• Forme uma rede de apoio: reúna outras mulheres e homens que tenham a cabeça mais moderna, respeitosa e equânime, e use como o seu pilar de forças; 
• Busque conhecimento: invista em alternativas de capacitação para entendimentos de legislação, tributário e financeiro, pois, dessa forma, você criará uma base fortalecida para tocar o negócio;
• Forme uma equipe plural: caso você já tenha o seu negócio e possua uma equipe, mesmo que pequena, opte por perfis diferentes de gênero, de raça, de moradia, de nível escolar. Dessa forma, você terá uma evolução surpreendente do seu empreendimento;
• Procure fundos de investimento que apoiem o empreendedorismo feminino: o BB Ações Equidade e o BB Ações Equidade Private são dois exemplos comprometidos com políticas de equidade de gênero entre suas lideranças e colaboradores.