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Vendas do varejo físico diminuíram 1,4% em relação ao período em 2022, segundo a Serasa Experian (Imagem: Freepik)

Como os varejistas podem superar as vendas tímidas do Natal?

Dois mil e vinte e quatro começa de maneira desafiadora para o varejistas. Após queda de 1,4% nas vendas do varejo físico no Natal 2023, de acordo com a Serasa Experian, e a segunda pior Black Friday de e-commerce na história do setor, segundo a Neotrust, em parceria com a ClearSale, o momento pede reflexão. Se o final do ano é o período mais aguardado, o início é, em contrapartida, tempo de apreensão, ainda mais quando estes dois eventos que fecham a temporada apresentam resultados aquém do esperado.

Especialista em vendas e gestão empresarial e CEO da MR16, Marcelo Reis, afirma que evitar o efeito cascata é primordial. “Para os que não conseguiram bater as metas, o início de 2024 traz o desafio de refletir sobre o que não deu certo, de reduzir despesas e de fazer promoções a fim de que se possa pagar estoque e custos em geral, evitando um efeito cascata negativo. Para quem conseguiu vender bem nos últimos meses, é hora de planejar, de reduzir as despesas extras que foram acrescidas no final de 2023 e, principalmente, saber passar o início do ano sem grandes custos”.

Historicamente, o primeiro trimestre é a pedra no sapato dos varejistas. A preocupação do consumidor é pagar as contas. Janeiro traz impostos, faturas dos cartões de crédito do período de festas, matrículas, materiais escolares e outras despesas que reduzem o poder de compras. “Além disso, especialmente no início de cada ano, existe uma corrida dos consumidores às famosas ‘trocas’, o que muitas vezes é visto por uma parte dos varejistas, erroneamente, como uma perda de tempo e não como uma oportunidade de vender mais”, alerta o especialista.

É necessário que o varejista esteja atento ao mercado

Os varejistas mais organizados e atentos ao mercado buscam se antecipar e entender o momento econômico, mesmo que não seja positivo, e com isso conseguem se prevenir e serem mais assertivos nas vendas e na compra do estoque. 

“Planejar, desde o início, ajuda a lidar com os clientes e a entender o ano. Aqueles que vivem a cada evento, sem muito estratégia, acabam tendo uma temporada difícil, sobretudo por não conseguir enxergar o todo. O planejamento ajuda a programar metas mais consistentes e, esta etapa sendo bem-feita, pode-se conferir continuamente o plano de vendas e de custos (fluxo de caixa) de uma forma rotineira e ajustando quando necessário. Grandes empresas varejistas traçam metas, as perseguem de forma diligente e ajustam o rumo sempre que necessário, evitando ou antecipando surpresas desagradáveis ou mesmo investindo ou reforçando o que está dando certo”, afirma Marcelo Reis

Varejistas de vestuário e calçados enfrentarão desafios

O princípio do ano geralmente é mais forte para setores, como turismo e aos ligados no retorno às aulas (materiais escolares e matrículas). Os setores que eram os mais aquecidos no final de 2023, como vestuário, calçados, perfumes e jóias, acabam sendo os mais afetados pela retração de vendas. Reis dá dicas de como os consumidores podem realizar boas compras neste período. “Devido a redução, aqueles que puderam esperar o final da temporada e estão capitalizados poderão aproveitar grandes descontos no início de 2024, nas liquidações para queima de estoques e, mesmo negociando com os lojistas, pois nesta época ninguém quer, nem pode perder vendas”.