Prática perigosa e ilegal, o plágio nada mais é do que a apropriação da produção alheia. E, apesar de ser muito comum em trabalhos universitários e projetos de monografia, a ação está mais presente do que imaginamos no cotidiano. Matérias de imprensa, produções científicas, músicas e roteiros são descobertos diariamente com conteúdo plagiado.
Atualmente, existem diversos programas – pagos e gratuitos – capazes de detectar a cópia em trabalhos acadêmicos. O Turnitin, por exemplo, está disponível no mundo inteiro em doze idiomas diferentes. Já o Plagius é uma opção para identificar reproduções em arquivos de diversos formatos. Enquanto o Plagiarism Detect é um exemplo de ferramenta gratuita para o mesmo fim.
Segundo a pesquisa “Integridade acadêmica na Unicamp: o que os alunos pensam?”, feita pela própria universidade, com 958 estudantes, apenas 13% dos alunos que ingressam na faculdade já chegam sabendo o que é plágio. O levantamento mostrou ainda que 36% dos graduandos, pós-graduandos e pós-doutorandos já parafrasearam ou copiaram conteúdo sem citar a fonte original.
A reprodução de um conteúdo feito por terceiros, sem menção ao autor original, é crime. A Lei dos Direitos Autorais (Lei 9.610), criada em 1998, regulamenta os direitos autorais de produções acadêmicas e artísticas no Brasil. De acordo com o Código Penal (artigo 184), o descumprimento dessa regra implica no pagamento de uma multa por parte do plagiador e até mesmo detenção pelo período de três meses a um ano.
O Facebook, por exemplo, está sendo acusado de plágio por, pelo menos, três empresas desde a divulgação do novo nome do grupo. Nomeado Meta, ele possui um símbolo do infinito em formato de M. A alemã M-Sense Migräne, dona de um app para tratar enxaquecas, a MilleniumGroup, agência de marketing latino-americana e a Meta PC, fabricante de computadores customizados, acusam a empresa de Zuckerberg de cometer plágio da logo e já anunciaram processo. Essa não é a primeira vez que a companhia do bilionário é acusada de tal ação. A função Stories do Instagram foi copiada do Snapchat e o Reels do TikTok, apps concorrentes.
Por isso, é importante estar atento a todo conteúdo produzido para que não haja nenhum tipo de plágio envolvido. Qualquer descuido pode gerar complicações severas, seja em produções escritas ou visuais, para trabalhos acadêmicos ou redes sociais e blogs.
Dicas para não cometer plágio
1. Identifique o autor assim que iniciar a citação
Sempre que for usar um trecho de uma obra, cite diretamente o autor. Você pode fazer isso de forma direta ou indireta. Na citação direta, onde você transcreve parte da obra, é preciso inserir o sobrenome do autor, o ano da publicação e a página onde se encontra o trecho retirado no final da frase, entre parênteses.
Já na citação indireta, é preciso inserir o último nome do autor do texto e o ano da publicação da obra. Nela, você escreverá com suas próprias palavras o seu entendimento do assunto, mas não deixará de fazer referência ao autor. Veja o exemplo:
2. Informe a fonte no final da publicação como referência
Se estiver fazendo um trabalho acadêmico, é imprescindível a presença de uma lista de referências utilizadas ao longo do texto. Essa regra vale para todo o material, independentemente se for parte de um livro, filme, matéria de revista ou de outro projeto universitário. Para não esquecer de onde tirou cada citação, lembre-se de salvar a fonte sempre que pegar um trecho. Não deixe para conferir na última hora, pois há riscos de haver referências equivocadas.
3. Pesquise o máximo de informações sobre o conteúdo
A pesquisa faz parte do processo de elaboração de um material. Portanto, apure a fundo, assista vídeos, leia livros e análises. Mas lembre-se: copiar é crime. Faça anotações com as suas próprias palavras para não compor um material com demasiadas citações diretas. Crie seus próprios argumentos e enriqueça a sua produção com um conteúdo único e original.