Nos dias 12 e 19 de janeiro, a Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) promoveu um webinar sobre inovação e produtos digitais na Rede Globo. Os eventos aconteceram de forma on-line pela plataforma da instituição e contaram com falas de profissionais responsáveis por esses projetos dentro da empresa.
No primeiro dia, Carina Guedes, Head de Novos Produtos de Vídeo da Globo, e Marcelo Souza, Diretor de Produtos de Vídeo da Globo, expuseram inovações da empresa e explicaram como o processo funciona, da criação até o lançamento de novos produtos.
Já no segundo dia, Rodrigo Santos, Gerente UX do HUB Digital da Globo, e Marcel Corrado, Supervisor de Preço e Inventário da Divisão de Negócios Integrados em Publicidade da Globo, focaram suas falas em como unir marcas e usuários com tecnologia, negócios de mídia e experiência do usuário.
Inovação está em qualquer lugar
No primeiro dia de Webinar, Carina iniciou sua fala afirmando ser possível viabilizar novas ideias numa empresa de grande porte. Ela define que a inovação “está em todo lugar em que se encontra um problema” e diz que é preciso ser apaixonado por eles para que novas oportunidades sejam descobertas.
Além disso, Carina explicou que inovar não é apenas criar algo novo, mas também criar oportunidades, criar negócios de valor, aperfeiçoar e melhorar as experiências de usos e serviços ou até mesmo reinventar seu negócio.
Em seguida, Souza explicou o cenário de negócio que o Globoplay está inserido e apresentou a diferença entre os competidores diretos, que são os concorrentes diretos, competidores adjacentes, que são concorrentes em experiência, e competidores perceptivos, que são as expectativas dos clientes. Conhecer esses âmbitos permitesaber mais dos usuários para aprimorar a experiência com o produto.
Parcerias que agregam valor
O diretor também elucidou que o Globoplay adotou novas experimentações de negócios, como as parcerias estratégicas que aconteceram com a Samsung, Disney+, AOC e Roku e, ainda, a inclusão do plano “Globoplay + canais ao vivo”, que uniu o OTT Tradicional, com filmes, séries e programas de TV, com o vMVPD, que são os canais Globo ao vivo.
Além disso, a adição do marketplace permite oferecer diversos planos para que o usuário escolha o que se adapte melhor com suas necessidades ou assinar canais adicionais, como é o caso do Premiere.
O próximo passo tecnológico
Rodrigo Santos abriu o segundo dia com a apresentação de uma pesquisa sobre o uso da voz como meio de comunicação em interfaces digitais, o VUI. Essa é uma nova modalidade que já está presente em diversos produtos, como assistentes de voz em smartphones, controles remotos com comandos por voz, headphones e smart displays.
O gerente afirmou que é preciso entender que as modalidades não se anulam. Com o passar do tempo, as formas de utilizar interfaces foram mudando e abrindo novas opções. Se com os desktops, em 1987, clicar e utilizar um ponteiro inovava como atos para gerar uma ação, com a chegada do mobile, em 2007, vemos o uso de toques e deslizes na tela como inovação. Agora, utilizar comandos por voz ou gestos é inclusivo, uma vez que falar é algo natural para a maioria, independentemente da faixa etária e, com os gestos, é possível tornar produtos acessíveis para pessoas com deficiência.
Novas formas de consumir
Com essas inovações, Rodrigo explica que é preciso repensar a forma como o usuário interage com os produtos. Se antes, foi preciso adaptar produtos digitais para o ‘mobile first’, hoje, eles devem buscar o ‘VUI first’, que torna ações mais ágeis e práticas.
Na televisão, a inovação tecnológica também muda a forma como o público lida com os produtos. Marcel Corrado pontuou as diferenças que surgiram entre a TV 1.0, com uma imagem analógica, e a TV 2.0, que traz o digital HD e a mobilidade como grandes diferenciais. Porém, segundo ele, é na próxima geração que serão inseridos novos modelos de negócio com um conhecimento melhor da audiência, que permite identificar preferências do usuário com personalização e entregar uma experiência multiplataforma de forma integrada.
Integrar o digital e a tv
Segundo Corrado, a visão é incorporar os modelos de negócio do ecossistema Digital para a TV Aberta, mantendo os atributos que já são conhecidos nos canais Globo pelo usuário, como confiabilidade, alcance, qualidade e “brand safety”.
Corrado explica que a barreira entre a TV e o digital deve sumir pelos próximos anos. Por isso, alguns testes estão sendo feitos nas plataformas para garantir que essa união seja cada vez mais fluida, como é o caso do formado t-commerce, que leva para a TV as características presentes no digital. Alguns novos formatos também são apresentados para o digital, como o Playable Ads, o Globo Alerta, Customer Research e GSHOP.
Outro exemplo dessa contraposição e dissolução de barreiras é a fusão entre a propaganda da Fiat e a personagem Vivi Guedes, da novela ‘A Dona do Pedaço’, que uniu a ação no conteúdo com o comercial do intervalo.
O futuro da IA
A Inteligência Artificial é o próximo passo para os produtos Globo. Corrado reforça a voz como principal inovação e mostra a funcionalidade na prática com a Assistente de Receitas do Gshow, presente no Google Assistent. Essa função permite ao usuário pesquisar receitas por comando de voz, onde é possível ouvir os ingredientes e passo a passo. Ademais, a opção de receitas do dia disponibiliza algumas receitas que ajudarão aqueles que estão indecisos com o que cozinhar.
Por fim, é possível entender que o avanço depende da adaptação às novas tecnologias e à inovação dentro desse âmbito. É preciso aproveitar o momento para se posicionar e aproveitar ao máximo dessas novidades que facilitam o, cada vez mais, desenvolvimento de produtos baseados em um maior conhecimento do usuário.