No último dia 01, a Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (Aberje) realizou uma live com o objetivo de apresentar o resultado da Pesquisa de Tendências de Comunicação Interna para 2023. A webinar contou com as participações de Claudia Góes, Diretora de Comunicação da Microsoft Brasil, Helga Franco, Diretora de Assuntos Corporativos e Governamentais da Mondelēz Brasil, Jesiel Tasso, Diretor de Marketing do Grupo Rodonaves, e Michele Schifino, Gerente de Comunicação da ENGIE Brasil Energia. A mediação foi de Thierry Pignataro, Diretor de Negócios e Operações da Ação Integrada.
Raio x da comunicação interna
Essa foi a 7ª edição do estudo que teve o propósito de levar clareza às tomadas de decisão em comunicação interna (CI) através de dados. Ao todo, 163 empresas brasileiras contribuíram com o levantamento. Em sua maioria, as companhias são de grande porte e atuantes em diferentes setores, tais como: energia, agronegócio, químico, saúde, entre outros.
Em relação às tendências, confira algumas destacadas pelo estudo: 53% das empresas pretendem melhorar a escolha de indicadores (mensuração); 28% das organizações desejam implantar um programa de influenciadores internos; 25% das companhias planejam realizar treinamentos com os gestores;
Os desafios da comunicação interna para 2023
Um indicador bastante importante analisado pela pesquisa foi “os principais desafios da CI para este ano”. Veja o TOP 4, com as atividades mais votadas, e os respectivos comentários dos palestrantes.
74% engajar as lideranças como comunicadores
Para falar sobre o desafio que apareceu no topo do ranking, Claudia Góes, compartilhou um pouco das ações da Microsoft envolvendo os gestores na missão de comunicar: “Na companhia, nós temos usado muito a voz da liderança para nos apoiar na comunicação interna. Além disso, damos oportunidade de fala ao colaborador para não ficar só uma mensagem de cima para baixo. Nós sempre incentivamos que os times tragam as suas mensagens, compartilhem casos de sucesso com o cliente, apresentem os desafios que eles tiveram, não só coisas positivas, pois a gente precisa saber como endereçar esse tema até um momento que ele não volte a acontecer. Nós temos a preocupação de que todos sejam ouvidos e se sintam representados e a comunicação interna tem sido um canal para isso”.
55% fazer a comunicação chegar aos públicos operacionais
Sobre o segundo maior obstáculo, Jesiel Tasso apresentou a realidade vivida na Rodonaves, uma empresa com 70% dos colaboradores atuantes em áreas operacionais. “Nós temos o desafio de fazer a comunicação chegar para todos e, no ano passado, promovemos uma pesquisa a fim de ouvir os níveis hierárquicos em sua totalidade para entender se cada canal funciona ou não. A partir disso, estamos focando os nossos esforços em revitalizar os murais informativos e em ampliar a rádio corporativa. A intenção é readequar as narrativas editoriais para equilibrar a parte estratégica e, ao mesmo tempo, trazer os temas que os profissionais querem saber da empresa”.
54% comunicar a estratégia e a cultura da empresa
Para falar sobre a atividade, Helga Franco destaca os projetos em vigor na Mondelēz: “Tudo começa com o tom de voz. Nós sentimos que precisávamos revisitá-lo depois da pandemia, tornar um pouco mais acolhedor. Apesar de possuirmos orientações globais, temos a liberdade de realizarmos alguns ajustes que façam sentido para os nossos colegas. Com essa revisão, nós trouxemos uma personagem, a Liz. A nossa comunicação institucional é um pouco mais direta e a Liz traz um acolhimento. Nós nos firmamos como fontes após a pandemia, mas, agora, temos um compromisso muito forte com a curadoria das informações para que o fluxo faça sentido aos colaboradores. Aqui na Mondelēz, possuímos um programa que se chama Modelovers, são os nossos influenciadores internos, tanto para as marcas, quanto para as causas. No momento, estamos em um movimento de trazer influenciadores internos para comunicar as principais causas”.
51% gerenciar o excesso de informação
Michele Schifino, expõe sua visão sobre esse cuidado cada vez mais pautado nos setores de comunicação: “Eu enxergo o processo, o ritual e a sistematização. Acredito que esses pontos todos maduros nos ajudam a identificar os objetivos do que se quer comunicar, o porquê, o para quê. Contribui, ainda, a exercermos a nossa função técnica de priorização e categoria, então, é muito de identificar o que, o quando, o onde. É a clareza consultiva da área da comunicação”.
No encerramento da transmissão, Thierry Pignataro destacou três passos importantes para o amadurecimento das áreas de CI: 1) ouvir; 2) dar direção; 3) fortalecer o ecossistema da comunicação. “Esse é um convite para a gente crescer cada vez mais como setor, processo e melhorar as empresas por meio da comunicação interna”, finaliza.