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A ferramenta vibra e ilumina se houver detecção de sons como toque de campainha, alarme de incêndio e outros importantes (Foto: TV Globo/Jornal Hoje)

Estudantes brasileiras desenvolvem aplicativo para deficientes auditivos

Quatro estudantes brasileiras com deficiências auditivas profundas desenvolveram um aplicativo. Chamado “Connect Sounds”, o aplicativo é responsável por detectar sons como toque de campainha, alarme de incêndio e outros relevantes para deficientes auditivos.

Com este projeto, Heloisa Arévalo (15 anos), Isabella Rosenberg (15 anos), Julia Araujo (14 anos) e Katarina Veiga (11 anos) estão classificadas para a fase final da competição internacional “Technovation Girls 2023”. A disputa acontecerá na Califórnia, entre os dias 3 e 8 de outubro. Além disso, o evento reúne garotas de todo o mundo com o objetivo de aprender e aplicar as habilidades necessárias para resolver problemas do mundo real através da tecnologia. Nesta edição, 7.000 meninas de 81 países elaboraram 2.100 aplicativos.

“Bionic Girls”, nome do time brasileiro, criou uma tecnologia por meio do aplicativo “Connect Sounds”. Conectado a uma pulseira é capaz de atender pessoas com deficiência auditiva de todos os graus, usuários de implantes cocleares (indicado para a recuperação auditiva dos deficientes auditivos severos e que não podem usar os aparelhos ditos tradicionais), dispositivos de amplificação e surdos que não utilizem aparelhos auditivos.

Por isso, a ferramenta vibra e ilumina se houver a detecção de sons como toque de campainha, alarme de incêndio ou outros sons importantes. “Pessoas com deficiência auditiva têm dificuldade em ouvir sons diferentes que podem ser um alerta ou risco de perigo, por isso é algo primordial com o objetivo de salvar vidas”, salienta Heloisa, aluna do Elite Rede de Ensino.

Motivação em abraçar o projeto do aplicativo

Nesse sentido, Helo conta sobre a grande motivação do grupo em abraçar o projeto do aplicativo. “Temos uma história vivida pela Isabella. Durante uma viagem, ela estava no quarto do hotel sem os dispositivos do implante coclear. Foi quando soou o alarme de incêndio e havia a necessidade de evacuação do prédio. Se os pais não tivessem avisado, ela não saberia sobre a ocorrência ao seu redor e correria sério perigo. Katarina fez o protótipo do aplicativo em 2022 com outro grupo e, em 2023, nossa missão foi aprimorar o APP e fazer a comunicação dele com uma pulseira vibratória com luzes”.

Durante 12 semanas, as estudantes trabalharam em times a fim de desenvolver um plano de negócios e o aplicativo. Na competição, são três categorias de participantes: Iniciante, Júnior e Sênior. Na fase semifinal foram selecionados 18 trabalhos de cada classe. Em seguida, na etapa final avançaram cinco grupos de cada divisão. Agora, as “Bionic Girls” estão na Júnior.

Fora o desenvolvimento do aplicativo, a aluna do Elite comenta sobre o significado de participar de uma competição internacional para o seu crescimento como pessoa e estudante. “Estamos muito animadas por disputarmos a final e pela oportunidade de irmos à Califórnia, além do preparo visando a apresentação final. Aprendi, também, a trabalhar melhor em grupo, a ter paciência, ver que cada um possui potencialidades e pode colaborar de alguma forma, notar a necessidade de dedicação, foco e disciplina para não perdermos os prazos e fazer tudo isso com o restante da vida andando junto”, aponta Heloisa, que está no 1º ano do Ensino médio e já tem convicção sobre o futuro. Pretende ser escritora e jornalista.