A Usina da Comunicação organizou o bate-papo “Empregabilidade e pessoas com deficiência” no último dia 22, no auditório da Petrobras Distribuidora, no centro do Rio de Janeiro. O evento fomentou o debate sobre os obstáculos que as pessoas portadoras de deficiência enfrentam ao tentarem ingressar no mercado de trabalho, assim como apresentou algumas ideias, alternativas e soluções que podem colaborar com empregados e empregadores na solução dessa questão.
Claudia Abreu Campos, sócia-diretora da Usina da Comunicação, iniciou o debate exaltando a importância do tema e afirmou que as empresas devem se comprometer com a causa independentemente do tamanho da instituição e do segmento de atuação. “Eu, enquanto empresária, assumi o compromisso de disseminar a pauta da inclusão na comunicação, interna e externa. Precisamos praticar a diversidade no nosso cotidiano e transportá-la para todos os aspectos de nossas vidas”, afirma a jornalista.
Dando continuidade à mesa-redonda, Nathalia Santos, trainee na Coca-Cola Brasil e responsável pelo blog “Como assim cega?”, que é deficiente visual, contou sobre as inúmeras objeções que enfrentou quando tentou conseguir emprego, desde intolerância até dúvidas acerca de sua capacidade. “O Brasil possui menos de 1% do total de pessoas com deficiência ativas no mercado de trabalho”, conta Nathalia. Segunda ela, que com 26 anos só conseguiu empregos através de indicações, é necessário que as pessoas se coloquem no lugar do próximo, a fim de construírem uma realidade mais justa e inclusiva.
Alessandra Almeida Rollo, pedagoga, mãe de uma menina portadora da Síndrome de Down e autora do livro “As aventuras de uma criança downadinha” discursou sobre a importância do respeito e do acolhimento. “A convivência com pessoas portadoras de deficiência ajuda a transformar a nossa visão de mundo. Precisamos respeitá-las e integrá-las ao nosso dia a dia”, declara Alessandra.
O palestrante seguinte, Fábio Fernandes, diretor do Instituto Novo Ser, expôs as diversas barreiras que um deficiente enfrenta para conseguir trabalhar. Transporte, ruas inapropriadas e inacessíveis, ambientes de trabalho despreparados e mal equipados são algumas das situações que dificultam e/ou impedem o acesso. Estes fatores contribuem com o desânimo e o isolamento. “A atitude dos cidadãos é fundamental para ajudar os deficientes. Além disso, as empresas devem se empenhar para garantir acessibilidade e inclusão”, diz Fernandes.
A quarta e última participante do evento, Eloise Brillo, Gerente de RH da Souza Cruz, chamou atenção para a importância da abordagem de cada funcionário, com a intenção de entender suas necessidades. Desta forma, a pessoa poderá ser colocada em uma posição que a agrade, beneficiando as duas partes. Eloise afirmou que o preconceito precisa ser combatido e a diversidade respeitada. “Fomos criados em uma sociedade preconceituosa, precisamos falar sobre diversidade para mudarmos essa situação. A inclusão agrega valor para a empregabilidade e estimula o desenvolvimento social”.
“Empregabilidade e pessoas com deficiência” é mais um bate-papo de uma série de eventos que a Usina da Comunicação vem realizando em prol da inclusão e do respeito às diversidades.