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Empregabilidade da mulher

No dia 12 de junho, realizamos em parceria com a Unigranrio, um encontro virtual para debater a questão da empregabilidade da mulher. Em nossa curadoria sempre há atenção em unir profissionais com visões e trajetórias distintas para enriquecer o papo. Para discutir o tema da mulher no mercado de trabalho, não podia ficar de fora a questão da interseccionalidade. Claudia Abreu Campos, diretora da Usina da Comunicação e o jornalista Iron Ferreira, prepararam um resumão do que rolou.

O primeiro palestrante foi Roberto Mosimann, Diretor Regional RJ Great Place to Work, que apresentou dados sobre a participação feminina no ambiente profissional. Segundo o executivo, nas empresas ligadas ao GPTW os homens são 54% do total de colaboradores e 77% nos cargos de liderança. Em 2018, apenas 10% dos CEOs eram mulheres. Já a população negra é de 30% dentro dessas empresas e apenas 4% em cargos de liderança.

“É necessário construir uma sociedade melhor para todos. Incentivamos mulheres a ocuparem cargos de liderança e empresas a darem essas oportunidades. O topo da pirâmide é formado por homens brancos, heterossexuais e ricos. Infelizmente, ainda há pouca diversidade nos quadros de funcionários dessas empresas”, afirmou Roberto.

Gênero e raça marcam a ascensão da mulher no mercado de trabalho

Flávia Oliveira, colunista do Jornal O Globo e comentarista de economia do Estúdio I na Globo NEWS e da Rádio CBN, exemplificou como a ascensão da mulher no mercado de trabalho é pautada pela questão de gênero e, no caso das mulheres negras, pela raça.

“Grandes empresas são como faróis para o mundo empresarial. Quando uma grande corporação abraça uma bandeira, como no caso da diversidade, ela estimula outras a fazerem o mesmo. Por isso, é importante falar sobre o tema. O que vemos, de modo geral, no mercado de trabalho são mulheres ocupando pouco espaço de liderança e decisão, o que torna a mudança mais difícil”, disse a jornalista.

Maternidade

A terceira palestrante do evento foi Fabiana Leta, 1a Diretora mulher da Escola de Engenharia da UFF e Prof.a Titular do Departamento de Engenharia Mecânica da UFF. Além de comentar sobre as experiências machistas que enfrentou na sua jornada profissional, ela abordou como o preconceito com a maternidade pode abalar o psicológico das mulheres.

“Quantas reitoras e diretoras existem nas universidades brasileiras? Como é essa proporcionalidade em relação aos homens? Perdi uma eleição para a direção da Escola de Engenharia por questionamentos relacionados à minha maternidade e não em relação ao meu gabarito acadêmico. O machismo prejudica a vida profissional das mulheres. Precisamos mudar a mentalidade dos jovens”, pontuou Fabiana.

Interseccionalidade

Andreia Lopes, Professora e Doutora em Sociologia, pela UNIRIO, além de falar sobre a sua trajetória como mulher negra no ambiente acadêmico, também explicou sobre o termo Interseccionalidade, que aborda os elementos produtores de estigmatização: “É necessário entender as implicações de ser uma mulher negra. Quem está na base da pirâmide é a mulher negra e pobre. Não é só pensar na classe, mas em outros elementos que geram exclusão. O feminismo negro denuncia uma luta contra um processo de invisibilização”.

A mediadora do debate, Rejane Prevot, Professora e Coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Administração da Unigranrio e Pesquisadora de estudos de gênero, finalizou afirmando que a diversidade é uma demanda da sociedade: “A falta de diversidade nas salas de aula me frustra. Há barreiras no processo seletivo que dificultam a escalada da diversidade. Há, também, uma necessidade social para que mudanças efetivas sejam feitas. As empresas precisam acompanhar essas demandas. O trabalho feminino não é valorizado e a maternidade, muitas vezes, é encarada como problema. Muitos gestores falam que preferem contratar homens, pois eles não engravidam”.

Para quem não soube do evento ou não pôde assistir, ainda dá tempo de acessar o conteúdo, só clicar no link.