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kid raising his hand in classroom

É hora de acolhimento

No último dia 30, assistimos à live “Marketing Educacional – o que fazer nesse momento de crise?”. Durante o encontro virtual, foi dado um recado bem interessante aos donos de escolas e aos que trabalham no segmento: agora, a prioridade é promover momentos de humanização. O bate-papo foi entre Leonardo Mendonça (Head de Marketing da ZOOM Education for Life e Consultor de Marketing da Santillana Brasil) e Paulo de Camargo (jornalista especializado em educação e consultor para gestão educacional e criador do projeto Ethos Devir, de formação de altas lideranças educacionais).

Diante da pandemia da COVID-19 e do isolamento social, diversas empresas precisaram reinventar a forma de fornecer os seus serviços. Embora seja visto, muitas vezes, de outro modo, o segmento da educação tem fins lucrativos e foi um dos setores mais impactados pelo coronavírus. O ensino não presencial se tornou uma realidade do dia para noite e, junto com ele, vieram diversos questionamentos, como o valor das mensalidades, se o ensino à distância funciona ou não, até mesmo, se escola mantém contato com as famílias para saber se estão conseguindo auxiliar seus filhos nas atividades escolares. Estar focado nos vínculos é mais que necessário. É questão de sobrevivência.

Missão educar

Para o Mendonça, a maioria dos estabelecimentos de ensino buscou, em grande parte do tempo, mostrar seu lado social e pedagógico, deixando de lado o empresarial. No entanto, com a crise mundial que vivemos, muitas instituições de ensino começaram a  apresentar somente o lado empresarial. Ele explica que para o cenário, não é o posicionamento indicado, pois principalmente em momentos como este é fundamental expor a essência da escola. “É necessário estabelecer um diálogo a fim de obter insumos para melhoria dos processos. No futuro, as instituições de ensino serão lembradas pelas ações realizadas neste momento, que também é propício para fidelizar o cliente”, comentou o especialista. Pensar em ciclo de matrículas, captação de novos alunos é altamente arriscado para uma instituição que possui como um dos seus valores formar bons cidadãos. Naturalmente, os donos de colégio precisam ter o olhar comercial. É do jogo econômico, faz parte. Entretanto, perder a essência da missão de educar é algo bem grave. Pensar em uma relação cliente e empresa e nada além é uma postura errada.

Marketing

É hora de mostrar positivamente para quem não é o seu cliente, de forma simples e rápida, o que está sendo feito. Estudantes em home study, a rotina dos professores e ações que a escola tem adotado para fazer a diferença. Ao mesmo tempo, é necessário cautela, as redes sociais são uma via de mão de dupla, por isto, é necessário estar preparado para receber todos os feedbacks.

 Também foi interessante ouvir o Camargo falando, com bastante felicidade, que o momento vivido permite uma reconexão envolvendo pais e escolas. Com tantas mudanças abruptas, foi necessário parar e rever relações. Ainda tem a questão financeira no meio disso tudo. Muitos responsáveis, que estão com seus empregos por um fio e outros já desempregados, procuram a direção para uma conversa querendo desconto na mensalidade ou algum tipo de negociação. Nesse momento, além de questões financeiras, as emocionais também falam alto: são laços afetivos, preocupações com o futuro, relação de confiança e mais um misto de sentimentos. Escutar os pais pode ser um ativo de marketing no futuro. Vale a pena pensar nisso.

Que o momento é complicadíssimo e jamais imaginado não temos dúvidas, porém não é empecilho para os colégios planejarem os próximos passos. As escolas que trabalham bem o quesito fidelização e que já mergulharam no mundo digital há algum tempo largam na frente. Paulo Camargo fechou bem a live ao destacar que a situação financeira é muito ruim, o lado emocional está abalado, o nível do aprendizado não é o ideal no momento, todavia isso tudo se recupera se houver cuidado e comprometimento. Agora, cuidar das pessoas é o que mais importa.