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Diversidade na publicidade

 

Pesquisas sobre diversidade na publicidade brasileira revelam: apesar de avanços, negros ainda são minoria em peças publicitárias

Em 2018, a Agência Heads Propaganda, em parceria com a ONU Mulheres, divulgou dados da sétima edição da pesquisa TODXS – Uma análise da representatividade na publicidade brasileira. O estudo analisou dados sobre a representatividade de gênero e raça em produções publicitárias.

Em julho do ano passado, a Heads monitorou durante uma semana comerciais de TV que foram veiculados em canais abertos e fechados e de maiores audiência no Brasil. Ao todo, segundo a pesquisa, foram analisadas 2.149 produções. Sendo 31 de diferentes segmentos de mercado e 183 de marcas distintas.  Com isso, pode-se perceber que, de fato, as discussões em torno da equidade de raças e gêneros na publicidade brasileira, têm gerado um forte impacto, apesar de os resultados ainda não serem suficientes.

Esse impacto é visto, principalmente, no que diz respeito a participação de protagonistas negras em peças publicitárias, cerca de 25% do total. O número ainda é pequeno, mas o maior já visto pelo estudo até hoje. Na primeira pesquisa, realizada em 2014, o percentual era de apenas 4%.

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Negros estão mais presentes em papéis secundários

Em relação aos protagonistas homens e negros, a sétima edição do estudo trouxe números baixos, 13% do total. Entretanto, se considerado o dado de 1%, divulgado na primeira pesquisa, o espaço conquistado foi significativo. Por outro lado, a participação dos coadjuvantes mostra um número mais expressivo. De acordo com os dados, 42% das mulheres negras são escolhidas para papéis secundários e os homens, 48%.

Para Isabel Aquino, diretora de planejamento da Heads e responsável pelo estudo, apesar de existir uma evolução no pensamento das marcas, elas ainda não pensam na velocidade esperada. Segundo a executiva, o público recebe, em média, 5 mil mensagens publicitárias por dia. “Mesmo não memorizando todas essas mensagens, inevitavelmente acumulamos conteúdos e informações que impactam a nossa maneira de enxergar e entender o mundo. A realidade social em que vivemos e os dados do estudo mostram que ainda estamos distantes de um ideal de equidade”, explica Isabel.

Presença da mulher negra nos comerciais ainda é baixa

A pesquisa mais recente da agência, de fevereiro deste ano, foi divulgada com exclusividade ao Jornal Folha de São Paulo. Segundo informações da matéria publicada no último dia seis, a pesquisa analisou durante sete dias, quase três mil comerciais veiculados pelos canais Globo e Megapix. Desses, 36% são protagonizados por mulheres. Considerando este número, apenas 17% das protagonistas são negras.