ABERJE lança mapa brasileiro da Comunicação Interna

Mapa da Profissão de Comunicação Interna: uma adaptação brasileira

No último dia 25, participamos como ouvintes da live “Mapa da Profissão de Comunicação Interna: uma adaptação brasileira” promovida pela Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (ABERJE). O evento apresentou as novas perspectivas da área através de uma versão brasileira do “Profession Map”, ferramenta utilizada pelo Instituto de Comunicação Interna do Reino Unido, além de ter contado com especialistas que atuam no setor.

Atualmente, a Usina da Comunicação está intrinsecamente ligada às demandas de comunicação interna de dois clientes multinacionais. Por isso, estar atento às atualizações do mercado é relevante para nós enquanto profissionais e para os nossos clientes, já que podemos levar o que absorvemos para as nossas experiências e para as nossas produções.

Confira abaixo o resumo que preparamos sobre a webinar e não deixe de acessar o mapa para mais detalhes. O link está disponível nesta matéria.

A comunicação interna é uma parte importante do universo empresarial. Manter os colaboradores bem informados sobre os processos de uma empresa é uma das chaves para conquistar resultados positivos para a organização. Mas, o profissional desse setor tem adquirido novos papéis nas relações institucionais. Para compreender melhor as competências, os comportamentos necessários, e as mudanças na área, a Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (ABERJE), em parceria com o IoIC – Institute of Internal Communication (Instituto de Comunicação Interna), do Reino Unido, desenvolveu uma adaptação do “Profession Map”, produzido pelo Instituto para a realidade brasileira.

A versão britânica do mapa foi criada em 2016, e depois atualizada em 2020, buscando sempre refletir sobre as necessidades atuais dos profissionais da área.

Principais mudanças da versão brasileira

O mapa é dividido em dois setores: atitudes, em azul-escuro, e áreas profissionais, de azul-claro. A primeira, originalmente, possuía 10 itens: Empatia, Escuta ativa, Persistência, Flexibilidade, Curiosidade, Criatividade, Empoderar, Desafiador, Analítico e Confiável. Para a realidade brasileira, “Persistência” e “Flexibilidade” se tornaram “Adaptabilidade”, e as quatro últimas características ganharam novos nomes: “Diálogo Plural e Multidirecional”, “Desafiar Status Quo”, “Influência Consultiva” e “Relações de Confiança”.

Foram adicionados quatro novos tópicos nessa seção, colocando em perspectiva não só a realidade Brasil mas, também, o contexto pandêmico: Equilíbrio Emocional, Colaboração e Prontidão, Diplomacia e Visão (do todo/estratégica/transversal). “Para todas essas atitudes, discutimos muito sobre como trazê-las para o lugar da comunicação”, explicou Cynthia Provedel, professora em programas de especialização da Escola Aberje de Comunicação e da ESPM, “pois elas podem ser aplicadas em outros campos profissionais.”

No setor de áreas profissionais, a quantidade de tópicos foi mantida, com duas alterações. Uma delas foi a fusão dos campos “criação & curadoria de conteúdo e diálogo” e “gestão de canais e comunidades”, em “gestão de canais, conteúdos e campanhas”. A professora explicou a combinação afirmando que foi identificada uma sinergia entre as áreas originais, que se retroalimentam. A adição de “narrativas e diálogos” se deu, segundo a especialista, pois um dos objetivos do novo documento é identificar que habilidades e conhecimentos vão ajudá-lo na prática.

Cynthia Provedel aponta que a versão brasileira do mapa pretende ser um ponto de partida para se entender as nuances da comunicação interna: “Esse mapa é uma visão geral, sem ter um desdobramento exato para cargos”. Com o surgimento de novos desafios e perspectivas para o setor, a expectativa é de sempre atualizar o seu conteúdo, assim como ocorreu com a versão da IoIC.

Para acessar o mapa na íntegra, clique aqui.

Comunicação interna alcançou novo nível estratégico

Na roda de conversa que acompanhou o lançamento do material, o papel da pandemia em dar uma nova importância para o cargo foi destacado. Elizeo Karkoski Pereira, Sócio-Diretor na P3K Comunicação, falou que no período pandêmico, as empresas tiveram que encarar algumas mudanças: “A área de comunicação teve que se transformar, as companhias estavam super vulneráveis, precisando fazer alinhamentos de cultura à distância e, nesse cenário, a comunicação interna alcançou um novo nível estratégico”. Pereira coloca ainda que as mudanças no setor vieram para ficar e, que o mapa conseguiu esclarecer muitas características da função que, por vezes, podem passar despercebidas pelos profissionais durante a sua atuação.

Comunicação interna é sinônimo de notícia confiável

Claudia Dias, Head de Comunicação Corporativa e Engajamento Externo da Novartis Brasil, complementou as observações de Pereira: “Foi um momento muito intenso nas organizações, e nunca a informação foi tão importante para a vida de todos, para fazer sentido de um contexto confuso”. Para além da questão estratégica, a comunicação interna se tornou um ponto confiável de notícias, não só de para relações internas, mas para o mundo todo, “nós, profissionais de comunicação interna, nos percebemos como agentes de mudança, de conexão, não só das relações institucionais”, explica Claudia. Para a especialista, o material desenvolvido pela ABERJE pode ajudar as empresas a terem uma nova dimensão das possibilidades do campo.

Presente na conversa estava também Rozália Del Gáudio, Diretora de Comunicação e Sustentabilidade na Localiza, ela conta que observou como o setor evoluiu ao longo dos anos, e em como o mapa reflete isso: “Antigamente nossa tarefa era fazer o jornal da empresa, hoje, você nota que características como diplomacia e dialogo fazem parte da nossa rotina, capazes de protagonizar transformações dentro de uma organização”, aponta.

A discussão completa está disponível no canal da ABERJE.